Filhos únicos de um país chamado Brasil
De todas as cores, tamanhos e destinos num país de gente sempre aberta para os forasteiros. Aqueles que a vida sempre quis expurgar, mas resistiram e mudaram o destino. A história deles é um pouco a de cada um de nós, os sem sem eira e sem beira, que imprimem uma bela caminhada na terra. A ideia desse site começou, quando voltando do trabalho há alguns anos, vi uma motorista desses ônibus modernos, pesadões, dirigindo de minissaia na linha Cosme Velho- Leblon. Sua alegria era inacreditável. Nunca mais a encontrei para contar a sua história. Outros que perdi foram o motorista e uma cobradora do ônibus 435 (Grajau´-Leblon). Ele, tricolor; ela, flamenguista. Colocaram as bandeiras dos times como cortinas, pra não verem um ao outro, nem se falarem.
Eles fazem de tudo para sobreviver. E viver felizes. Lola, nascida em Brasília, escolheu Feira de Santana, nas bordas do Recôncavo baiano, pra viver e amar. Marcio Guedes vende pipoca no Farol da Barra, em Salvador da Bahia. Mas sonha em morar bem longe, no interior, lá pelas bandas do Sul da Bahia. Espera só fazer 45 anos, para comprar uma terrinha,onde só veja gente por necessidade e bichos por prazer. Espera viver da venda do que plantar e esbarrar com raros humanos. Não é feliz onde vive. Quer mudar pra bem longe. Voar.
Há os que vivem de tocar música clássica em vagão e metrô ou sanfona para todos. Há os forasteiros na sua luta pela sobrevivência e os que marcam hora e lugar para mostrar sua paixão. São pessoas querendo marcar sua passagem pelo mundo e dizer ao que veio.








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